segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Questão difícil

A ação dos justiceiros cariocas contra um adolescente traz à tona um debate instigante, sobre o controle da violência e combate à criminalidade.

Quando a população se organiza, julga e executa sanção contra delinquentes, usurpa o exercício de função pública, pois o Estado, por meio dos órgãos policiais, detém o monopólio do uso legítimo da força física, para a manutenção da ordem pública.

Por outro lado, a população nota (e os índices criminais apontam nesta direção) que a violência e o crime extrapolam a capacidade estatal de atendimento à comunidade. Inclusive o ato contra o adolescente em questão é um testemunho fiel de que é possível um bando se apoderar de uma pessoa, às claras, ou seja, no espaço urbano público de uma grande cidade, aplique castigos físicos, dispam suas roupas e o prendam num poste público de iluminação, tudo isso sem nenhum obstáculo.

Esta situação indica que há um processo de desestatização na repressão à criminalidade e violência (profissional – no caso das milícias – e voluntário – no caso destes justiceiros), populares vão “às forras” contra os bandidos.


É estranho constatar que autoridades e formadores de opinião, são mais veementes na defesa de se investigar, e na indignação, contra a ação dos justiceiros, que na luta pela garantia, à população, da almejada segurança e tranquilidade públicas.

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