A ação
dos justiceiros cariocas contra um adolescente traz à tona um debate
instigante, sobre o controle da violência e combate à criminalidade.
Quando
a população se organiza, julga e executa sanção contra delinquentes,
usurpa o exercício de função pública, pois o Estado, por meio dos órgãos policiais,
detém o monopólio do uso legítimo da força física, para a manutenção da ordem
pública.
Por
outro lado, a população nota (e os índices criminais apontam nesta direção) que
a violência e o crime extrapolam a capacidade estatal de atendimento à
comunidade. Inclusive o ato contra o adolescente em questão é um testemunho
fiel de que é possível um bando se apoderar de uma pessoa, às claras, ou seja,
no espaço urbano público de uma grande cidade, aplique castigos físicos, dispam
suas roupas e o prendam num poste público de iluminação, tudo isso sem nenhum obstáculo.
Esta
situação indica que há um processo de desestatização na repressão à
criminalidade e violência (profissional – no caso das milícias – e voluntário –
no caso destes justiceiros), populares vão “às forras” contra os bandidos.
É estranho
constatar que autoridades e formadores de opinião, são mais veementes na
defesa de se investigar, e na indignação, contra a ação dos justiceiros, que na
luta pela garantia, à população, da almejada segurança e tranquilidade públicas.
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