quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A repetição da antiga fórmula...

Casos de sequestro e de ataques a pessoas cresceram em MG


Destaque na notícia:
Medidas - O secretário estadual de Defesa Social, Rômulo Ferraz, informou que pretende aplicar cerca de R$ 400 milhões em obras e ações de ampliação do sistema de segurança em Minas, como a contratação de policiais e compra de viaturas. Além disso, mais de R$ 104 milhões serão investidor na Polícia Civil. Em março, 433 delegados devem chegar às 18 regiões integradas de segurança pública (Risps).
A notícia me remeteu a uma frase atribuída a Albert Einstein, qual seja, “Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar a cada vez um resultado diferente”.

A lembrança se dá em razão do anúncio do governo mineiro de que haverá mais contratações de policiais militares e mais dinheiro investido na Polícia e em equipamentos voltados à segurança pública, em outras palavras, dá-se a entender que a PM resolverá, com sua presença nas ruas, todas as questões (sociais, econômicas, conjunturais) que resultam no aumento do crime e da violência, em outras palavras, simbolicamente dá-se um único nome a todos os “bois”: Polícia. Trata-se, a meu ver, de uma espécie de responsabilização em dois tempos, quando o crime ocorreu e a Polícia não estava nas ruas a culpa é dela - que deveria estar -, e quando a Polícia está nas ruas e mesmo assim ocorrem delitos a culpa, novamente, é dela, uma vez que deveria ter feito melhor o seu trabalho.

É a repetição, que me parece eterna, da antiga fórmula de dar as costas às causas e tentar eliminar/reduzir efeitos...

Em contraposição à repetição da velha fórmula transcrevo um texto, que já usei aqui algumas vezes, lá vai:
Em primeiro lugar, o aumento no número de policiais não reduz, necessariamente, as taxas de criminalidade, nem aumenta a proporção dos crimes resolvidos. O mesmo ocorre com a “injeção de dinheiro” nos departamentos policiais, aumentando os orçamentos da polícia e da sua mão-de-obra.

É claro que, se não houver nenhum policiamento, haverá mais crimes. Mas, uma vez que um certo limiar tenha sido alcançado, nem mais policiais nem mais dinheiro parecem ajudar muito. Tais medidas de controle do crime têm de fato algum efeito, mas constituem uma parte menos importante da equação.
As condições sociais, como renda, desemprego, população e heterogeneidade social, são indicadores muito mais importantes de variação nas taxas de crime e de resolução de crimes (SKOLNICK, J.H.; BAYLEY, D.H. Policiamento Comunitário: Questões e práticas através do mundo. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006, p. 67).

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